terça-feira, 16 de junho de 2009

Adiposidades Cerebral


Foto: Édipo .


"Ele insulta o eu burguês" e com o Frade de Álvares de Azevedo paralelamente tempera apimentado, salgado aquele caráter temporário, nada literário, uma cantiga infantil de Tim Burton? Ou apenas um sentimento boêmico ultraromansista de décadas depressivas? Prefiro pousar meu vôo no instante em que Gil chamou : "Vamos passear nos Astral?", é quase aquele instante decisivo de Bresson, aquele último olhar da imagem, que congela a felicidade instântanea num período mais prolongado de prazeres! Diversos amores, eternos desamores. Um sentimento do mundo em duas mãos.Não peço muito, não quero pouco, pouco concreto o que já quis, desejos subjetivos,materializados agora, nada pensado, nada de planejamentos do livro de fim do ano, nada de sequências relativas para a mesa da ceia, nada nada de horários rotineiros incertos e desonestos. Ar, pão e chão. Pés no chão e cabeça na nuvens !!!


Frade:

Meu herói é um moço preguiçoso
Que viveu e bebia porventura
Como vós, meu leitor... se era formoso
Ao certo não o sei.
Em mesa impura
Esgotara com lábio fervoroso
Como vós e como eu a taça escura.
Era pálido sim. . . mas não d'estudo:
No mais . . era um devasso e disse tudo!
Dizer que era poeta-é cousa velha!
No século da luz assim é todo
O que herói de novelas assemelha.
Vemos agora a poesia a rodo!
Nem há nos botequins face vermelha,
Amarelo caixeiro, alma de lado,
Nem Bocage d'esquina, vate imundo,
Que não se creia um Dante vagabundo! ...

"Vamos passear no Astral??"



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